PF apreendeu cerca de US$ 1 milhão em espécie
Andressa Tufolo
Fonte: Portal Terra.
A Polícia Federal (PF) prendeu até as 13h desta terça-feira 23 pessoas durante uma operação para desarticular uma quadrilha especializada em fraudar o comércio exterior, principalmente com o contrabando de mercadorias que chegavam ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). Segundo a PF, cinco auditores fiscais da Receita Federal estão entre os presos. Cerca de US$ 1 milhão em espécie foram apreendidos na ação.
A operação Trem Fantasma tem o objetivo de cumprir 29 mandados de prisão preventiva e 44 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Segundo a PF, duas das 23 prisões foram efetuadas em Pernambuco, enquanto as restantes ocorreram em cidades paulistas.
Segundo a Polícia Federal, a operação teve início há cerca de um ano. Além dos 23 presos nesta terça-feira, outras nove pessoas foram detidas ao longo das investigações, incluindo um agente e um delegado aposentado da PF presos no Rio de Janeiro.
A quadrilha era composta por empresários, despachantes aduaneiros, empregados de companhias aéreas e servidores públicos, que através de importações irregulares introduziam em território nacional mercadorias importadas (equipamentos eletrônicos, informática e hospitalares) provenientes principalmente dos Estados Unidos e China.
Os responsáveis pelas investigações informaram que as mercadorias irregulares chegavam ao País através de duas operações ilegais distintas. Na primeira, a quadrilha designava dois caminhões para recolher a carga desembarcada no aeroporto de Guarulhos. Enquanto eles descarregavam os equipamentos eletrônicos e materiais hospitalares em um dos veículos, os suspeitos colocavam mercadorias de menor valor, como mesas de escritório, no segundo caminhão, que passava pela estação aduaneira do aeroporto. Dessa forma, os equipamentos que realmente interessavam à quadrilha entravam no País sem serem declaradas à Receita.
A segunda prática utilizada pela quadrilha ocorria em voos internacionais que faziam escala em São Paulo. Apesar de as aeronaves não terem registro oficial de desembarque de mercadorias em solo brasileiro, o grupo recolhia os equipamentos em um caminhão no aeroporto de Guarulhos, sem registrá-los na alfândega.
De acordo com as investigações, estima-se que cerca de 80 toneladas de mercadorias por ano eram introduzidas no País, causando um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 50 milhões.
Segundo a Polícia Federal, autoridades americanas em Miami, na Flórida (Estados Unidos), também realizam nesta terça-feira uma diligência no armazém da empresa que enviava os produtos para a organização criminosa no Brasil. O superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, afirmou que está em contato com as equipes americanas para trocar informações sobre a atuação da quadrilha.
"Temos todas as informações de como funcionava o esquema e analisaremos o que já foi apreendido", disse o superintendente, durante entrevista coletiva em São Paulo. "Buscas estão sendo feitas em clientes para ver como era feita a receptação", afirmou. Além de Coimbra, participaram da entrevista o delegado Vladmir Pacine Schinkarew, o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Avila Carvalho, e o chefe de escritório da Corregedoria da Receita Federal, Guilherme Bibiani Neto.
Fonte: TERRA
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Solange Spigliatti, do estadão.com.br
BRASÍLIA - Cerca de 32 pessoas foram presas, nove delas em flagrante, durante a Operação Trem Fantasma, da Polícia Federal, deflagrada em três Estados nesta terça-feira, 9, contra fraudes no comércio exterior. Cerca de US$ 1 milhão foi apreendido durante cumprimento de mandados de busca e apreensão, segundo a PF. Outros seis mandados de prisão ainda precisam ser cumpridos.
A operação conta com cerca de 180 policiais federais que estão cumprindo 29 mandados de prisão preventiva e 44 mandados de busca e apreensão nos Estados de São Paulo, Rio e Pernambuco para desarticular uma quadrilha especializada em fraudes no comércio exterior. Estimativas da PF calculam que cerca de 80 toneladas de mercadorias eram introduzidas no País ilegalmente por ano, causando prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 50 milhões.
Segundo a PF, a quadrilha era composta por empresários, despachantes aduaneiros, empregados de companhias aéreas e servidores públicos, que através de importações irregulares introduziam em território nacional mercadorias (equipamentos eletrônicos, informática e hospitalares) provenientes, principalmente, dos Estados Unidos e China. Os desvios de mercadorias eram feitos quando estas chegavam ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A Operação Trem Fantasma foi deflagrada por uma Força Tarefa da Polícia e Receita Federal, com o apoio do ICE (U. S. Immigration and Customs Enforcement) através da Embaixada Americana no Brasil. A ação também está sendo realizada por autoridades americanas, em Miami e na Flórida, que realizam diligência no armazém da empresa que enviava os produtos para a organização criminosa no Brasil.
O nome dado à operação Trem Fantasma deriva da prática utilizada pelos fraudadores de ingressar em áreas restritas com comboios de caminhões, alguns sem autorização (fantasmas), com objetivo de burlar os controles alfandegários e retirar mercadorias irregularmente.
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