sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pela primeira vez, Lula admite: mensalão foi um golpe


Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a 36ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República:

Durante a celebração dos oito anos de funcionamento do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República- popularmente chamado de "Conselhão"), o Presidente Lula falou em seu discurso:

... E, sobretudo, eu quero agradecer àqueles companheiros que eram do Conselho, que, no auge da crise de 2005, em que, eu nunca disse isso, mas naquela tentativa de golpe que se tentou dar no Brasil, vocês permaneceram no Conselho, vocês não desistiram do Conselho, você não misturaram o trabalho que vocês estavam fazendo para o Brasil com a vinculação com o governo. Vocês conseguiram separar, e isso foi extremamente importante para mim, que era o presidente da República, mas, sobretudo, para o país, porque vocês eram o lado sereno da sociedade, que não se permitia enganar com determinado tipo de discurso.

Em seu discurso o presidente lembrou das resistência de parte do Congresso Nacional em aceitar o Conselhão:

Eu fico imaginando a primeira reunião que nós fizemos, deste Conselho. Eu lembro que houve uma certa ciumeira, Maia, do Congresso Nacional, que achava que a criação do Conselho seria a criação de uma instância paralela para diminuir o poder do Congresso Nacional, que nós queríamos ter a experiência do exercício de uma democracia direta e não valorizar a democracia participativa.


...Mas naquele momento a gente levou muito tempo para convencer alguns deputados e senadores de que o Conselho não era uma área de conflito e não era para conflitar com o Congresso Nacional, era para orientar o governo e para tornar o debate mais plural. Que nós pudéssemos envolver os segmentos da sociedade que não estavam nem no governo e nem no Congresso Nacional, para debater temas importantes que não dependem só do Congresso ou do governo.


Aqui não houve temas proibidos, aqui não houve discursos censurados, aqui ninguém discutia previamente o que cada um tinha que falar. Cada um se inscrevia, falava o que queria, ouvia o que não queria. Alguns que começaram, no primeiro momento, a sentar nesta Plenária do Conselho como inimigos de classe, passaram a ser companheiros do Conselho. Alguns que entendiam que era incompreensível sentar do lado de um representante dos Sem Terra, ou alguém que entendia que não era possível sentar ao lado de um banqueiro, de repente todo mundo estava convencido de que além das diferenças, eram todos brasileiros.


do blog Amigos do Presidente Lula:

Lula diz que não o derrubaram, porque era a encarnação do povo na rua


O presidente Lula visitou as obras da Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão. A usina, uma obra do PAC que criou 22 mil empregos no pico das obras, está com 92,5% das obras realizadas e prevê entrar em operação em abril de 2011. A dato de hoje foi marcada pelo início do enchimento do lago.


A usina contará com potência instalada de 1.087 MW e 641,8 MW médios de energia, para o desenvolvimento das regiões Norte e Nordeste, conforme disse no discurso:


“… Nós não queremos tirar nada do Sudeste, nós queremos que São Paulo continue crescendo, que o Rio de Janeiro continue crescendo, que o Sul continue crescendo, mas nós achamos que o século XXI é a vez do Nordeste e do Norte deste país começar a crescer”.


Durante a visita, o Presidente lembrou o papel da presidenta eleita, Dilma Rousseff:


“… É importante que a gente saia daqui convencido de que essa obra só foi possível ser feita por causa de uma mulher chamada Dilma Rousseff, que mudou o marco regulatório da questão energética do país. Tudo o que eu espero é que ela faça mais e melhor do que eu fiz, porque ela me ajudou a construir o que eu construir, ela sabe como fazer e ela conhece o País como pouca gente conhece.”


E lembrou ser preciso que os moradores que vivem na região e dependem da agricultura possam continuar trabalhando e tirando sua riqueza do solo: “Uma hidrelétrica tem de trazer beneficio para todos, mas, sobretudo, atender àqueles que estavam aqui antes da hidrelétrica chegar”.


Não é o Lula que está na Presidência. É a classe trabalhadora brasileira.


O Presidente fez uma pequena retrospectiva de seu governo. Fez um paralelo com outros presidentes, como Getúlio Vargas, que se suicidou, e João Goulart, que foi derrubado pelo golpe militar em 1964, ao lembrar da crise política que enfrentou em 2005, diante das denúncias do dito “mensalão”:


“Pensei: O que vão fazer comigo”, indagou. “Eles tentaram em 2005, mas não sabiam que esse presidente era a encarnação do povo na rua. Esse país teve presidente que se matou, que foi cassado. Conversei com [José] Sarney na época. E disse que eles vão saber que não é o Lula que está na Presidência. É a classe trabalhadora brasileira”, completou.


Lula disse que deixará a Presidência “com a cabeça tão erguida ou mais erguida” do que subiu. “Duvido que tenha presidente que tenha tido relação tão republicana como eu tive com governadores e prefeitos. Nunca perguntei a que partido pertenciam. Se tinham direitos, a gente repassava as coisas que tinha de repassar”. (Com informações da Agência Brasil)

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